Isadora Martins Pontalti, aluna do CTA, vence Prêmio Henri Nestlé
Publicado em 28/08/2014 às 23:00 pela Agecom
A graduanda do curso Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFSC, Isadora Martins Pontalti, é um dos destaques da 4ª edição do Prêmio Henri Nestlé. O evento incentiva a produção científica nacional e, em 2014, contou com o apoio de mais de 170 instituições de ensino. A jovem pesquisadora conquistou o 1º lugar na categoria “Ciência e Tecnologia de Alimentos”. A avaliação final dos trabalhos e a cerimônia de premiação foram realizadas na última quarta-feira (27) na sede da empresa no Brasil, localizada na cidade de São Paulo.
O estudo feito por Isadora investigou o uso de cera da cana-de-açúçar para solidificar óleo de soja e propõe a utilização desse oleogel como substituto de gorduras trans. “Comprovadamente, as gorduras trans aumentam o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer. Elas são encontradas em bolachas recheadas, sorvetes e chocolates com biscoito e caramelo. Hoje em dia, sabemos os malefícios dessa gordura, mas a indústria não tem uma opção que a substitua”, explica a estudante. Ela ressalta o potencial de aplicabilidade do oleogel na produção de alimentos e cosméticos e na indústria farmacêutica.
As análises da pesquisa foram feitas na University of Guelph, no Canadá. A viagem de estudos foi viabilizada pelo Programa Ciência sem Fronteiras do Governo Federal. O trabalho de conclusão da aluna da UFSC foi orientado pela professora do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos do Centro de Ciências Agrárias da UFSC e vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos (PPGCAL) , Jane Mara Block, e apresentado no final do ano de 2013. “Este trabalho, além de inovador, apresenta o aproveitamento do resíduo. A cera que a Isadora trabalhou vem de um resíduo que é produzido em grande quantidade no Brasil. Com a mesma importância, a pesquisa propõe a substituição da gordura trans”, afirma a orientadora.
A pró-reitora adjunta de Pesquisa da UFSC, Heliete Nunes, participou da cerimônia de premiação. “A Universidade demonstra sua excelência em momentos como este, em que uma aluna premiada desponta como pesquisadora e pode contribuir para o desenvolvimento nutricional da população”, pondera.
Representantes do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e da Universidade Federal de Viçosa (UFV) concorreram na categoria de Isadora – destinada a estudantes e profissionais de graduação ou de pós-graduação lato sensu – com os projetos “Desenvolvimento de paçoca de soja enriquecida com linhaça” e “Sobremesa láctea desenvolvida a base de kefir e macroalgas marinhas apresenta alto teor de fibra alimentar e alegação probiótica”.
Profissionais e estudantes de pós-graduação stricto sensu também participaram da seleção, que contemplou, ainda, as áreas “Nutrição em Saúde Pública” e “Nutrição Clínica”. O Prêmio Henri Nestlé é realizado a cada dois anos. Os interessados enviam resumos dos trabalhos e há a seleção dos dez melhores para avaliação integral. As apresentações orais dos resultados dos finalistas de cada área – avaliadas por uma comissão científica composta por dez profissionais reconhecidos dentro do seu campo de atuação – configuram a fase final.
Há três semanas, Isadora iniciou o Mestrado em Sustainable Management of Food Quality na Université Montpellier I, na França. A viagem ao Brasil foi custeada pela empresa promotora do evento. Na próxima semana, será realizada a formatura da estudante, que ganhou um notebook, R$2.500,00, troféu e certificado de participação. “A sensação é de reconhecimento do trabalho”, sinaliza a vencedora.